A
tradução abaixo, originalmente publicada no site
do professor Rafael Falcón e
gentilmente cedida por ele para divulgação aqui no Educação de Crianças,
trata-se de um trecho do livro “The Well-Trained
Mind: A Guide to Classical Education at Home” e explica a importância do ensino do Latim para
crianças. Outros trechos deste mesmo livro já
foram publicados aqui no blog e,
para quem lê inglês, vale a pena comprar este maravilhoso guia de Educação
Clássica para famílias de homeschoolers.
Aproveito
para indicar um novo site sobre Homeschooling voltado para as famílias
brasileiras: Homeschooling Brasil,
de Rafael Falcón e Day Teixeira. No site há ótimos artigos sobre educação e
homeschooling, além de atividades práticas traduzidas do livro Slow and Steady Get me Ready. Não deixem de conferir!
*** * ***
Por que se importar com o latim? Trata-se, afinal,
de uma “língua morta” (expressão pejorativa); não há literatura sendo produzida
nela, ninguém a fala ou faz negócios por meio dela.
Nós nos importamos por uma série de razões.
O latim treina a
mente para pensar de modo ordenado. A língua latina (já que está morta) é o
idioma mais sistemático à nossa disposição. A disciplina de coordenar
desinências e organizar a sintaxe (formas gramaticais) segundo conjuntos de
regras é o equivalente mental de correr três quilômetros por dia. E, uma vez que o latim exige precisão, a mente
latinizada acostuma-se a prestar atenção a detalhes – hábito que compensará
especialmente quando for estudar matemática e ciências.
O latim melhora a habilidade no inglês. A estrutura
gramatical do inglês é baseada no latim, bem como cerca de 50% do vocabulário
inglês. O aluno que entende como o latim funciona raramente será confundido por
uma sintaxe inglesa mais complexa ou por palavras inglesas obscuras. Susan
atribui parte de seus elevados resultados nos testes-padrão (740 no SAT verbal,
800 no GRE verbal) ao estudo do latim, que ela iniciou na terceira série.
O latim prepara a criança para o estudo de outras línguas
estrangeiras: francês, espanhol e italiano são todas aparentadas com o latim.
Mesmo línguas não-latinas podem ser aprendidas mais facilmente se o latim já
tiver sido estudado. A criança que já foi provada na sintaxe latina entende os
conceitos de concordância, flexões nominais, conjugações verbais e gênero
gramatical, não importa em que língua esses conceitos venham a aparecer.
O latim protege da arrogância. O estudo desse
idioma mostra ao jovem que seu mundo, sua língua, seu vocabulário e seu modo de
expressão são apenas um jeito de viver e pensar – num mundo grande, tumultuado
e complicado. O latim força o aluno a olhar para palavras e conceitos de um
novo modo:
O
que esta palavra em latim quer dizer realmente?
Esta palavra inglesa é uma boa tradução dela?
A palavra latina não expressa algo que não possui equivalente em inglês?
Isto revela um vão no meu próprio
pensamento?
Um idioma
estrangeiro, como escreveu Neil Postman, “oferece-nos a entrada numa cosmovisão
diferente da nossa própria… Se é importante que nossos jovens valorizem a
diversidade de pontos de vista, não há melhor meio de atingi-lo que fazer-lhes
aprender um idioma estrangeiro”. (The End of Education: Redefining the Value
of Schools. New York: Knopf, 1995, p. 147)
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