segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Excelências da Língua Latina





A língua litúrgica latina é:

1. uma língua venerável. Pois é o produto do desenvolvimento histórico e secular, consagrada pelo uso multi-secular.

2. uma língua estável. A Igreja conserva-a por saber que as suas palavras são a expressão fiel da fé católica. Tal certeza não teria com traduções continuamente reformadas e adaptadas à língua viva. Os gregos, apesar de separados da Igreja romana, guardaram a sua fé quase completamente devido em grande parte à sua Liturgia antiga.

3. Língua fixa. A língua latina é muito aperfeiçoada, com termos próprios, formados pela legislação romana.

4. Língua misteriosa e santa. É convicção geral que, para um ato tão santo como a missa, a língua quotidiana é menos conveniente. Os hereges, faltos de respeito de Deus, introduzem logo a língua vulgar na Liturgia. Seguindo o exemplo do Concílio Tridentino, Alexandre VII (1661) nem sequer permitiu a tradução do missal em francês. Hoje isto se concede; mas nega-se a licença de usar a língua vulgar na Liturgia, principalmente da missa. Existe o perigo de serem abusadas pela povo baixo as palavras que contêm os divinos mistérios.

5. Língua unitiva. A diversidade das línguas separa os homens, a língua comum une-os. A língua latina une as igrejas particulares entre si e com Roma.

6. Língua civilizadora. Todos os membros do clero devem aprender latim, e por isso podem aproveitar para a sua formação esmerada os autores clássicos antigos e a doutrina profunda dos santos padres da Igreja.

7. Língua internacional. Não só o clero entende a língua latina, mas também leigos a cultivam e empregam, por exemplo, na ciência médica, física e mesmo no comércio (catálogo) e a preferem às línguas artificiais (esperanto).

8. Mas, dizem, o povo não entende nada da missa. Responde-se: A missa é uma ação, não um curso de instrução religiosa. No Calvário não havia explicações. O altar é um Calvário. Todo cristão sabe o que significa: imolar-se.

Além disso, o Concílio Tridentino (sess. 22) encarrega os sacerdotes "que frequentemente expliquem alguma coisa do que se lê na missa". Mas "etsi missa magnam contineat populi fidelis eruditionem, non tamen expedire visum est Patribus, ut vulgari passim lingua celebraretur" - "embora a Missa contenha grandes instruções para o povo fiel, não pareceu, contudo, conveniente aos Padres que ela fosse celebrada ordinariamente na língua vulgar". (Tradução nossa).

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Pe. João Batista Reus, S. J. Curso de Liturgia. Segunda edição revista e aumentada. Rio de Janeiro: Vozes, 1944, p.47-48.


Fonte: Nos comentários de Mulher Católica

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